ÓLEO UNGIDO

ÓLEO UNGIDO

Por Danilo da Silva 

É normal em nossos dias a prática da unção com óleo.
O número de denominações que utilizam desse meio abrange grande maioria da cristandade atual. O óleo ungido em nossos dias é utilizado para vários fins, dentre os quais estão: consagração de líderes e cargos eclesiásticos; unção de pessoas por diversas razões e causas; unção de enfermos; unção de objetos e bens como por exemplo: veículos, casas, documentos, fotos, roupas, etc; e tem ainda outros diversos tipos de finalidade. 

Uma vez que o óleo ungido é continuamente usado em nossos dias fazendo com que seja grande seu movimento e comércio, seria interessante também sabermos quais são as passagens bíblicas que descrevem o óleo e assim esclarecer algumas questões como: o que a Bíblia diz Com relação ao óleo ungido? Qual era a sua finalidade? É correto usá-lo em nossos dias? Nos dias atuais o que representa? Quando e onde usá-lo?

Mais uma vez, temos por finalidade expor as verdades bíblicas e eliminar ensinos falaciosos que mais causam dissolução do que edificação, e para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2.

Gostaria de alertá-los que as escrituras diz que: Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. 2Timóteo 3:16‭-‬17; portanto minha intenção é expor a palavra de Deus para que venhamos crescer na graça e no conhecimento. Se não for assim que acredita, julgue por si mesmo o que é correto diante de Deus. E não esqueça que todos daremos conta de nossos atos.

Assim sendo peguem suas Bíblias e meditemos nas sagradas escrituras.

O que a bíblia diz sobre o óleo?

Para entendermos melhor a questão do óleo e/ou azeite, devemos antes ter a ciência que a Bíblia, tanto no antigo como no Novo Testamento, fala de alguns tipos diferentes de óleos para diversas finalidades.

  1. Óleo da unção: em Êxodo 30:22-33 ensina sobre o azeite da unção, cita sua composição e mostra sua finalidade, que era essencialmente para unção dos utensílios do templo e sacerdotes.
  2. Óleo com fim medicinal: o azeite possui muitas faculdades medicinais e possui grandes benefícios à saúde. Este óleo era usado também misturado com outros tipos de ervas resultando em poderosos curativos e remédios. Isaías 1:6.
  3. Óleo com fim estético: esse era um dos mais usados no passado e um dos mais citados na bíblia. Esses óleos, assim como os demais, são o resultado de uma mistura de especiarias que resultam em óleos aromáticos, cremes hidratantes e perfumes (Rute 3:3). Davam ainda características muito desejáveis e era muito utilizado para ungir os hóspedes, simbolizando a alegria pela chegada daquele visitante, e desejando-lhe boas vindas. 
  4. Óleo fúnebre: esses óleos possuíam as mesmas composições do óleo estético, alguns possuíam uma mistura diferente, mas no geral usavam os mesmos tipos de óleos. Esse óleo era utilizado na preparação do corpo para o sepultamento, como parte de um processo de embalsamamento. Marcos 16:1.
Todos os óleos eram basicamente iguais exceto aquele que tinha a finalidade medicinal. Todos surgiram através da extração do óleo de alguns frutos principalmente da oliveira; o famoso azeite de oliva, que é o mais usado hoje nas congregações.

A finalidade do óleo

Ao conhecer os tipos diferentes de óleo fica fácil entender suas finalidades. Assim sendo, vamos falar sobre o principal deles: o azeite da unção.

Ingredientes
A bíblia relata como o azeite era preparado: Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Tu, pois, toma para ti das principais especiarias: da mais pura mirra, quinhentos siclos; e de canela aromática, a metade, a saber, duzentos e cinquenta siclos; e de cálamo aromático, duzentos e cinquenta siclos;  e de cássia, quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário; e de azeite de oliveiras, um him. E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista; este será o azeite da santa unção. Êxodo 30:22‭-‬25. Neste texto Deus institui os ingredientes necessários para a fabricação do azeite. Isso deixa Claro qual o tipo de azeite deveria ser preparado para fazer a unção; não era qualquer tipo de azeite; não era qualquer tipo de óleo; não era qualquer tipo de perfume. O que passar disso não pode ser considerado um azeite de unção ou óleo ungido.

O que era ungido?

Utensílios do templo: E com ele ungirás a tenda da congregação, e a arca do Testemunho, e a mesa com todos os seus utensílios, e o castiçal com os seus utensílios, e o altar do incenso, e o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base. Êxodo 30:26‭-‬28; Êxodo 40:9-11‭. Aqui vemos claramente que o propósito de Deus era a santa unção dos utensílios do templo, ou seja, o azeite da unção deveria ungir somente o que pertencia ao templo; tudo que havia no templo deveria ser ungido e consagrado ao Senhor. 

Sacerdotes: Também ungirás a Arão e a seus filhos e os santificarás para me administrarem o sacerdócio. Êxodo 30:30; Êxodo 28:41; Êxodo 40:13. Deus Mandou também fazer a unção dos sacerdotes para separá-los e consagra-los a Deus para o ofício sacerdotal. Os sacerdotes julgavam sobre as diferenças entre as pessoas do povo, faziam expiação, santificavam o povo perante Deus, ouviam confissões de pecados e eram a ligação entre o povo e DEUS.

Reis: E Zadoque, o sacerdote, tomou o vaso do azeite do tabernáculo e ungiu a Salomão; e tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão! 1Reis 1:39. Posteriormente Deus também usou seus profetas e sacerdotes para fazer unção de homens que liderariam o seu povo. E é muito comum vermos esta unção no antigo testamento, principalmente entre os livros de Samuel, reis e crônicas, todavia todos os homens que passavam por essa unção eram proclamados Reis.

Profetas: Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. 1Reis 19:16; Isaías 61:1-3. Deus elegia homens para que fossem seu porta voz, para anunciarem suas palavras. O ofício profético, em alguns casos, também era estabelecido pelo ato da unção, embora são poucas as passagens que citam a unção de profeta. Também não existe uma passagem clara sobre qual tipo de ritual era estabelecido para unção do Profeta, mas pelos textos acima está claro que havia a unção.

Até aqui vemos as ordenanças do Senhor acerca do azeite da unção, todavia existe ainda um adendo que não pode ser ignorado: Não se ungirá com ele a carne do homem, nem fareis outro semelhante conforme a sua composição; santo é e será santo para vós. Êxodo 30:32. O azeite da Santa unção foi expressamente proibido a qualquer tipo de homem que não fosse Reis, profetas e sacerdotes, e para completar também foi proibido fazer um semelhante. Uma vez que era proibido repetir a sua fórmula, fica evidente que os demais óleos  não possuíam a mesma composição, ou ao menos, não com a mesma perfeição dos detalhes. Isso significa que qualquer outro azeite não pode ser considerado óleo ungido, e ainda que fosse, qualquer homem que se atrevesse a fazê-lo ou ser ungido por ele seria arrancado, eliminado, extirpado do povo: O homem que compuser tal perfume como este, ou que dele puser sobre um estranho, será extirpado dos seus povos. Êxodo 30:33.

A unção normalmente era feita com o ato de derramar óleo sobre a cabeça do eleito: Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá. 1Samuel 16:13Salmos 133:2. Todavia, esse era o antigo concerto e sombra do que ainda estava por vir.
Repare que o óleo está ligado ao Espírito Santo. Quando Cristo foi batizado ele recebeu a unção de Deus, porém não recebeu óleo; essa unção foi apenas com o Espírito Santo, dando assim início ao novo conserto. E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido. Lucas 3:22.

Diante desses textos acima, concluímos que Cristo cumpriu essas 3 unções: Profeta: ao anunciar as Boas Novas; Rei: como Libertador do povo e Rei dos reis; e Sacerdote: em fazer a ligação entre o povo e Deus.

Devemos usar óleo hoje?

Já vimos que existem tipos diferentes de óleo, e conseguindo compreender isso se torna mais fácil interpretar diversos textos que citam a unção com óleo. Para entendermos melhor o assunto seria importante ter alguma noção das traduções originais.

O novo testamento faz uma distinção com relação a palavra ungir, que em muito nos ajudará. Existe dois termos no grego para se referir ao ato de ungir.

Chrío: palavra sagrada e religiosa para ungir; unção especialmente separada e com propósitos divinos. Há ainda o termo chrisma, mas o mesmo advém do termo chrío. Ao estudar todas as passagens do novo testamento que citam esse termo, é possível notar que sempre é mencionado a obra do Espírito Santo, eliminando a prática do uso do óleo físico.

Aleipho: palavra comum, termo que possui um significado cotidiano referindo-se a um processo muito usado na época para aplicar óleos: significa “passar gordura, óleo ou unguento” ou ainda: “passar perfume ou substância aromática”. Ou seja, é um termo corriqueiro para relatar unção com fins medicinais, estéticos ou funerários. Esse termo era ainda usado para demonstrar a alegria ao receber visitantes em sua casa, alegria tal que era demonstrada com o ato de ungir os hóspedes.

Ou seja, para a palavra ungir ou unção, existe na bíblia o comun e corriqueiro (aleipho) e o sagrado e divino (chrío).

Interpretação dos textos
Em nossos dias existe muita confusão doutrinária por má interpretação de diversos textos, uma vez que estão trocando o sentido comum e corriqueiro da palavra por um sentido divino. Assim sendo, gostaria de alertá-los que fazendo isso estão tirando a glória de Deus e promovendo o misticismo ao atribuir poderes a um elemento comum que em nada pode influenciar as nossas vidas.
Também é certo que mesmo em nossa tradução é claro e evidente que nem todos os textos que usam a palavra ungir se refere a um ato sagrado, basta observar o contexto e os acontecimentos que cercam a prática da unção e veremos que na maioria das vezes não existe nenhuma ligação com um ato sobrenatural ou espiritual.

Com base nessas informações vamos analisar alguns textos e fazer a distinção correta para termos a correta interpretação e saber se é correto ou não ungir pessoas, objetos ou líderes eclesiásticos e para que saibamos a vontade do Senhor para nossa época:

Bases com o termo chrío:
Esse termo é usado tanto para unção com óleo como para unção espiritual, através do Espírito Santo, e sabemos que ambas as práticas ocorriam no antigo testamento; então vamos usar apenas bases do novo testamento para saber se era assim também nos tempos de Cristo:
O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, Lucas 4:18. Neste texto se cumpre a profecia de Isaías 61, onde o Espírito Santo unge Cristo. Aqui claramente cita uma passagem espiritual, pois Deus não desceu do céu, pegou óleo e derramou sobre Jesus, mas sim derramou o seu Espírito Santo sobre ele: como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. Atos 10:38. Repare que está claro que a unção de Cristo foi com o Espírito Santo.
Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
Hebreus 1:9. Se lermos Isaías 61 veremos que cita também o óleo de alegria; mas está se referindo as obras do Espírito Santo que seriam manifesto com a vinda do Messias (óleo de alegria invés de pranto) e não o óleo proveniente da oliveira.
Mais uma vez vemos a unção provida de Deus, sem óleo. Não necessitamos de unção de homens, pois já fomos ungidos por Deus: Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é  Deus2Coríntios 1:21. E sabendo que somos ungidos por Deus, fica claro que não existe derramamento de óleo para ungir líderes eclesiásticos, inclusive os líderes eram separados para a obra apenas com a imposição de mãos:
  1. e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãosAtos 6:6
  2. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 1Timóteo 4:14.
  3. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. Atos 6:5‭-‬6.

Também vemos relatos de batismo com Espírito Santo apenas com imposição de mãos e não óleo:

  1. Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. Atos 8:17.
  2. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. Atos 19:6.

Em Hebreus 6:1:2 o escritor já deixa claro que essa pratica de imposição de mãos fazem parte dos rudimentos de Cristo e não o óleo. O próprio Senhor Jesus nunca utilizou óleo e sim a imposição de mãos: Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim,  porque dos tais é o Reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali. Mateus 19:13‭-‬15.

É óbvio que as escrituras não manda derramar óleo sobre ninguém; inclusive após estudar os textos sobre o derramamento de óleo do Antigo e Novo Testamento, fica fácil entender que essa prática era uma simbologia para o Espírito Santo no antigo testamento; já no novo testatestamento não é necessário esse ato uma vez que já recebemos o Espírito Santo: Mas o que nos confirma convosco em Cristo e o que nos ungiu é  Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações2Coríntios 1:21-22.

Quanto a unção de objetos e bens, nem no antigo nem no novo testamento existe qualquer menção para ungir, salvo os utensílios do templo.

Como vimos, a unção simboliza o Espírito Santo, mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens. Atos 7:48, logo, não há sentido em ungir casas, templos, instrumentos musicais, móveis, veículos, fotos, animais ou utensílios domésticos. Não estamos mais sob a lei cerimonial do Velho Testamento, ela foi abolida no novo sacerdócio de Cristo. Portanto preceitos como ungir o templo não são válidos e praticá-los é negar as realizações de Cristo. Não temos mais templos no molde do Antigo Testamento, sua igreja local não é um templo; sua igreja local é um edifício onde os templos de Deus se reúnem. Você é o templo de Deus: Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1Coríntios 6:19. Portanto, se há alguma coisa a ser ungida ou consagrada, esta é você, cristão. E não é você que fará isto. Deus já o fez, como vimos anteriormente, através da unção do Espírito.
Jesus ensinou: E, em qualquer  casa onde entrardes, dizei primeiro: Paz seja nesta casa. Lucas 10:5. Ele não mandou ungi-la. Temos aí mais um exemplo do poder da Palavra e não de uma substância.

Ao estudarmos todos os demais textos do novo testamento não encontramos nenhuma vez o termo chrío sendo utilizado para se referir a uma unção literal do óleo sobre algo ou alguém. Isso se torna plausível uma vez que já sabemos que Deus proibiu a utilização do Santo óleo e que Cristo Já cumpriu todas as unções: profeta, rei e sacerdote, não sendo mais necessário hoje.

Bases com o termo Aleipho:
Com base em tudo que já vimos, nos resta um questão: E quanto a todas as passagens que claramente se refere a uma unção literal com o óleo?
Essa questão é facilmente explicada não só com o termo Aleipho, mas também com a clara exposição dos contextos.

Uso estético
Porém tu, quando jejuares, unge  a cabeça e lava o rosto, Mateus 6:17. Nesse texto Jesus está ensinando sobre o jejum e como muitos hipócritas jejuavam com a face cansada, desfigurada e abatida com o propósito de serem vistos pelas pessoas, assim os julgariam santos. Então Jesus diz que nós não devemos fazer dessa forma. A ordem de Cristo aqui para nossos dias é como se ele dissesse: tome um banho, se perfume e fique bem aparente, para que ninguém saiba que está jejuando.
Esse tipo de unção aparece muito no antigo testamento como por exemplo: Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas. Daniel 10:3. Repare que Daniel não disse que se ungia com santo azeite, mas simplesmente com unguento. Repare também o contexto que diz que ele estava muito triste, abatido, amargurado, muito semelhante aos hipócritas do jejum de Mateus 6, e nesse período de angústia ele não estava se alimentando direito, inclusive isso estava afetando a sua aparência e seus cuidados corporais. Lava-te, pois, e unge-te, e veste as tuas vestes, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber. Rute 3:3. Outra passagem muito forte que liga a questão da unção com a aparência física.
Ester também teve  que passar pelo processo de purificação e se preparar para se apresentar diante do rei. Essa preparação constituía-se também do uso de óleos hidratantes e perfumes, para deixar as mulheres com boa aparência e atraentes para o rei: E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres). Ester 2:12.

Visitas e hospedagem
Os óleos utilizados aqui eram os mesmos do utilizado para fins estéticos. Não me  ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento. Lucas 7:46. Era normal na cultura Judaica ungir uma visita como sinal de grande alegria. Nessa cultura, os judeus sendo praticantes das leis de Moisés, não ousavam de forma alguma usarem o Santo Azeite, uma vez que era proibido. Era usado óleos como unguento e bálsamo (essências para o corpo, substâncias aromática, perfumes).
Nessa passagem de Lucas, o Senhor repreende Simão por não o ter ungido ao receber em sua casa como mandava a tradição, enquanto Maria ungiu seus pés com unguento de grande valor (Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento. João 12:3), Este texto deixa claro que nem todas as passagens que citam a unção está relacionada ao azeite. O texto diz que o Senhor foi ungido com unguento de nardo e não azeite e uma vez que o óleo Santo possuía diversas especiarias, quer dizer que este em particular também não tinha nada de especial a não ser o seu valor. Também encontramos na bíblia alguns óleos como: óleo de mirra, canela, cássia, aloés e cálamo, entre outros; isso mostra que ninguém ficava passando azeite puro no corpo.

Embalsamento de corpos
E as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia seguiram também e viram o sepulcro e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos e, no sábado, repousaram, conforme o mandamento. Lucas 23:55‭-‬56. Aqui as mulheres observaram onde e como o corpo estava e então foram comprar e preparar as especiarias e aguardar o sábado;
E, passado o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram aromas para irem ungi-lo. Marcos 16:1. Mais uma vez fica claro que a unção não é com óleo Santo e sim com especiarias perfumadas e que provavelmente retardava a decomposição do corpo.
Jesus também fez referência ao seu sepultamento quando foi ungido por Maria na casa de Simão: Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura. Marcos 14:8. E também: Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Mateus 26:12.

Doentes
E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam. Marcos 6:13.

Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; Tiago 5:14.
Estes são os textos mais usados nos dias atuais para firmarem a crença de que se deve usar óleo, todavia aqui também é usado o termo Aleipho, demonstrando o sentido corriqueiro da palavra.
Também, em todo o Novo Testamento, estes dois são os únicos textos que citam a unção com óleo por parte dos servos de Deus, o que faz com que muitos pratiquem esse ato sem saber a real finalidade, mas repare que em nenhum dos textos este ato foi ordenado pelo Senhor, da mesma forma que nenhum dos dois citam a “Santa Unção", apenas unção; lembrando que a palavra unção ou ungir nem sempre está relacionado a algo extraordinário ou sobrenatural, mas se procurar em qualquer dicionário verá seu significado.

Significado da palavra ungir:
(verbo pronominal)
Untar-se; esfregar o próprio corpo com substâncias oleosas ou aromáticas.

(verbo transitivo)
Esfregar, friccionar com óleo, unguento ou qualquer substância gorda; untar: antigamente, ungiam-se os atletas para a luta.

Em todo o novo testamento não vemos nem sequer uma menção a Santa Unção, ou Óleo Santo, ou Azeite Santo como vemos no Antigo Testamento. Todas as passagens que já vimos deixa muito claro a finalidade do azeite e o tipo de azeite; não era qualquer um. O fato de estar escrito que o azeite era usado também pelos apóstolos, faz com que muitos da cristandade atual utilizem isso como base para que possam também usar; mas ainda que isso fosse uma afirmação correta, o que não é, devemos ter a coerência de compreender que os únicos textos que dizem para ungir se refere a doentes, o que já faz com que a prática utilizada atualmente de unção de bens materiais, objetos, ou qualquer outro tipo de pessoa, como por exemplo pessoas com problemas financeiros, pessoas com problemas espirituais, pessoas com problemas amorosos, ou qualquer outro tipo de unção, se torne uma prática herege!

Assim sendo o que significa esta unção que era feita pelos discípulos e orientada por Tiago?
Uma vez que os discípulos usavam, devemos nós também usar hoje? 
Qual azeite eles usavam?

Como já vimos mais acima, existia tipos diferentes de óleos, e um deles era o óleo com fins medicinais, isso deixa a explicação para essa questão um tanto óbvia. A medicina moderna comprova que o azeite possui faculdades medicinais e grandes benefícios à saúde. O azeite quando misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos poderosos para vários males. Não é de surpreender que os médicos em Israel tivessem desde tempos antigos conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no processo curativo de doentes: Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecida com óleo. Isaías 1:6. Isso mostra que a intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa ou milagrosa, mas a conotação médica. Assim sendo, fica claro que a questão da unção era como se o presbítero chegasse, desse o remédio que fizesse parte do tratamento médico e em seguida fizesse uma oração para que Deus atuasse no processo de cura do doente. Um texto que descreve isso claramente é o do bom samaritano: E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele; Lucas 10:34. Está passagem diz que ele limpou as feridas com azeite e vinho e depois a enfaixou, mostrando os cuidados com o ferimento e não com a vida espiritual da pessoa, uma vez que, diferente dos judeus, os samaritanos não seguiam as tradições judaizantes, como por exemplo o uso do azeite da unção, mas como todos da época, conheciam as propriedades medicinais do azeite. Também é importante notar que a aplicação de azeite era feita diretamente sobre a ferida; ou seja, não existe esse negócio de uma pessoa está com dor de barriga e ungir a testa; da mesma forma, se uma pessoa tivesse uma doença interior, como por exemplo: dor de cabeça, dor de barriga ou tontura,  também era aplicado o azeite direto na enfermidade, ou seja, como naquela época não havia medicamentos como hoje, era muito comum o uso de produtos naturais como ervas e chás, e em alguns casos, por exemplo, usavam inclusive o vinho, como no exemplo do bom samaritano. Lembre-se também da orientação de Paulo à Timóteo: Por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades, não bebas somente água, mas também um pouco de vinho. 1 Timóteo 5:23. Assim como o azeite, o vinho da época, “que era bem diferente do atual", também era usado com finalidades medicinais,  como vemos na passagem do bom samaritano e segundo orientação de Paulo. Nessa questão de Timóteo, vemos que o problema dele era no estômago, portanto o azeite em nada poderia ajudá-lo, isso deixa claro que o azeite não era usado para qualquer tipo de enfermidade e menos ainda com propósitos milagrosos, caso contrário Paulo teria mandado ele ungir, o que não foi o caso.
Isto significa que Tiago afirma  que o presbítero não deveria zelar só pela saúde espiritual ou pelas questões espirituais, mas também pela saúde física; e que deveria fazer a “oração de fé”: e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Tiago 5:15. Note que no contexto a observância é para a importância e o poder da oração, caso contrário, eles chamariam o médico em vez dos presbíteros. Também o ato da unção foi mero detalhe, pois a cura viria através da fé e não da unção.
Se analisarmos com detalhe o texto de Marcos, veremos que existe uma vírgula separando a unção da cura; ou seja, está escrito que eles expulsavam os demônios, vírgula, “e também” ungiam os enfermos com óleo, vírgula, “e também” os curavam. Isso mostra que eram atos separados, ou seja, além de ungir (medicar) eles também curavam. Essa vírgula é encontrada também no texto de Tiago, pois está escrito para chamar o presbítero e orar sobre o enfermo, vírgula, e então ungir com azeite. Mais uma vez vemos a separação das sentenças, ou seja, a unção seria feita independente se o presbítero estivesse presente ou não, se tivesse oração ou não.
Hoje estão tirando essa vírgula deixando a entender que a cura só vem se for feito a unção, mas a realidade é que eles curavam independente da unção.
Portanto, quando os discípulos usavam óleo para os doentes, era a forma que eles tinham de aplicar o medicamento da época. Não somos selvagens nem índios; vivemos no século XXI cercado de tecnologias e avanços modernos, inclusive o avanço da medicina; e em diversos lugares encontraremos uma farmácia; portanto se tem alguém entre vós doente chame o presbítero, orem sobre ele e dê o remédio. Com certeza, se houvesse farmácias, comprimidos, pílulas, xaropes ou qualquer outro medicamento naquela época, seria isso que Tiago teria dito para usar; da mesma forma, se ele soubesse que no futuro iriam interpretar o texto de uma forma errada e fazer o que estão fazendo hoje, com certeza ele teria dito remédio, medicamento ou até mesmo teria dito apenas para orar.

Existe ainda o óleo citado na parábola das dez virgens que era essencialmente gordura para manter as lâmpadas acesas, o que também não tinha nada de sobrenatural exceto a sua simbologia na parábola. No enredo da parábola era apenas óleo, mas no seu sentido simbólico era a unção divina, o poder de Deus e o Espírito Santo na vida dos eleitos preparados para habitar nos céus.

Com isso podemos afirmar com certeza, e totalmente embasado na Bíblia, que o óleo ungido não deve ser usado hoje!

O que representa o uso do azeite hoje?

Em nossos dias o azeite se tornou mais uma forma de ganhar dinheiro. Em um país onde existe 50 milhões de evangélicos, a venda de um frasco a R$ 1,00 por pessoa o tornaria milionário. Sem falar a quantidade de absurdos que inventam, pois hoje não usam apenas o azeite, agora existe óleo para todas as finalidades:
Traduzindo os tipos de óleos 
Mirra. Cura do corpo: chega desse negócio de remédio e Hospital, basta tacar um óleo e na hora os males vão embora.
Bálsamo. Cura da alma: não precisa ir para igreja basta por o óleo e será abençoado.
Nardo. Prosperidade: não precisa trabalhar, é só passar o óleo e ficar o dia inteiro na frente da TV que o dinheiro vai aparecer na conta.
Acácia. Libertação: não é necessário oração e jejum, põe um pouco de óleo que todos os demônios fogem.
Canela. Benção do lar: Cristo não precisa entrar na sua casa, basta ungir as paredes, aproveita e unge também os bens, como o carro, e aí pode cancelar o seguro pois não será roubado.
Aloés. Revestimento de poder: não é necessário o Espírito Santo e nem a palavra de Deus, basta o óleo e tudo que fizer dará certo.
Rosas. Restauração no amor: com esse você tem a liberdade de adulterar quantas vezes quiser e mesmo que for pego pelo companheiro basta passar o óleo que ele traz o amor de volta em 7 dias,  e o serviço é garantido.

Infelizmente a ignorância do homem chegou ao extremo e estão trocando totalmente a glória de Deus por amuletos. O que vemos hoje dentro da igreja não passa de “macumba gospel",  inclusive deve ter muito pai de santo indo para a igreja para trocarem ideias, afinal existe muita semelhança entre muitas igrejas atuais com centros de macumba. Sem falar que não é apenas o óleo ungido; hoje tem rosa ungida, vassoura ungida, fronha ungida, sabonete ungido, sal grosso, culto de descarrego, enfim, muita macumbaria. O que vemos hoje não passa de misticismo, paganismo, idolatria, feitiçaria, bruxaria, esoterismo, entre diversas outras práticas das trevas. O óleo hoje é uma substância mágica, cheia de poderes, que pode mudar a vida da pessoa que for ungida. Usam azeite ungido até na comida para converter o marido e os filhos quando comerem, se esquecendo que a conversão e salvação vem apenas através de Jesus mediante a exposição da palavra de Deus: De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Romanos 10:17. Assim, o indivíduo desinformado que cair nesse paganismo, acaba perdendo a consciência e a fé no poder da Palavra de Deus.
Hoje, por qualquer razão estão fazendo unção com óleo: compram um veículo querem ungir para evitar roubo, acidente ou multa, como se não bastasse ser prudente;
Compram uma casa querem ungir para Deus se fazer presente, como se não bastasse ser cheio do Espírito Santo;
Ficou doente quer ser ungido para ser curado, como se não fosse suficiente a fé em Deus;
Tem alguém endemoniado  querem ungir para expulsar, não sabendo que é mais fácil o demônio fritar um ovo com o óleo do que ser expulso.
O mais engraçado é que as pessoas querem usar o azeite mas não querem ler a Bíblia nem querem ir para igreja. E ainda tem muita gente que diz: não acreditamos no óleo e sim na oração!
Sendo assim, qual é a razão do uso?

Hoje as pessoas acreditam mais em amuletos do que em Deus.

Estamos vivendo hoje semelhante aos dias de Josias: Deus instituiu a Moisés a criação da serpente de metal; não demorou muito e a ignorância do homem e o prazer em tirar a glória de Deus, fez com que eles se prostrassem diante da serpente. Então se levanta o rei Josias. Não aceitando tamanha idolatria ele destrói a serpente.
A questão é: Será que hoje, você que se diz servo do Deus altíssimo e cheio do Espírito Santo, está disposto a abandonar todos os amuletos, como o azeite, e destruir os objetos de idolatria que cercam a sua vida e assim passar a crer somente no poder milagroso de Deus através do Espírito Santo?

Hoje, quando e onde podemos usar o óleo?

Em nossos dias não existe nenhuma base bíblica para o uso do óleo com finalidades milagrosas, divinas ou religiosas uma vez que vivemos no tempo da graça. Da mesma forma o fato de vivermos em tempos modernos elimina também a necessidade de unção sobre enfermos, uma vez que a unção do novo testamento se refere ao medicamento.
Excluindo os óleos estéticos, que ainda existem muitos, os únicos óleos que ainda poderíamos estar utilizando hoje nada tem a ver com unção, mas sim aos diversos óleos e azeites encontrados nos mercados com fins culinários.

Resumo:

Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós. 1Pedro 3:15. Seguindo a orientação de Pedro, devemos estar sempre preparados para responder a todos que nos questionar sobre a razão da nossa fé, o fato é que se eu perguntar a qualquer um que defende a prática da unção com óleo, sobre qual tipo de óleo eles usam, eles não poderão me dá uma resposta racional:
Ou eles dirão que é o Santo Óleo instituído por Deus a Moisés; e eu mostraria na Bíblia que esse óleo foi proibido por Deus, assim sendo, eles estariam em pecado.
Ou eles diriam que é outro tipo de óleo instituído por Deus em outra época; então eu pediria o texto bíblico que mostra Deus instituindo outro tipo de azeite, e sei que o texto não existe.
Ou dirão que pode ser qualquer outro azeite, desde que orem em cima para lhe conferir poder divino; assim tudo e todos que for tocado será abençoado; e mais uma vez pedirei base bíblica de alguma instrução dizendo que podemos orar em alguma matéria conferindo-lhe tal poder; o que também sei que não existe.

Como vimos, o óleo Santo fazia parte do antigo concerto, ou seja, era sombra do que estava por vir; assim, não vale para o Novo Testamento. O óleo era para consagrar utensílios do templo, consagrar significa separar, ou seja, era para uso exclusivo do templo, portanto hoje não existe unção com óleo em carro, moto ou outro objeto, afinal de contas o seu carro e sua moto não é para uso do templo, é para o seu uso. O óleo era símbolo do Espírito Santo; hoje o Espírito Santo já se faz presente em nossas vidas, portanto não precisamos de óleo,  uma vez que é Ele quem unge eu e você. O óleo não tem nenhum tipo de poder. No Novo Testamento Jesus curava a todo momento, os discípulos e apóstolos também e raras são as referências de orações por doentes acompanhada de uso de óleo. A cura se dá pelo poder da Palavra e não, pelo azeite. Jesus em nenhum lugar recomenda o uso do azeite e sim a imposição de mãos: E estes sinais seguirão aos que crerem:  em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;  pegarão nas  serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
Marcos 16:17‭-‬18.

Assim sendo amados irmãos, a recomendação é: não usem óleo com fins espirituais; afinal de contas sois de Deus e já os tendes vencido [o maligno], porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo1João 4:4.


Que Deus abençoe todos os meus queridos leitores e que a gloriosa paz de Cristo alcance toda sua família!

Alguns dos textos expostos neste estudo são baseados em pregações e outros estudos feitos por homens de Deus,  que não se deixam contaminar pelas atuais astucias diabólicas e tem por fundamento as Santas Escrituras como base para todas as áreas de suas vidas, formando assim o corpo de Cristo e trazendo vidas ao arrependimento e conversão através da verdade revelada pelo Espírito Santo.

II Timóteo 3:16-17 Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

Danilo

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